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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

DENGUE COMPROMISSO DE TODOS

Alta Floresta conclui o 4º ciclo de trabalho do Programa Municipal de Combate a Dengue, em 2011.
Ao analisar o Índice de Infestação Predial do Aedes aegypti no decorrer das semanas epidemiológicas de 2011 pode perceber que o período de maior infestação ocorreu nas cinco primeiras semanas do ano e que a partir de então obtivemos reduções consideráveis da proliferação do vetor (figura n.º 01).
Figura nº 01 – Dados do IIP de 2011 (semanas 01 a 35)
Fonte: SISFAD/PMCD/Vigilância Ambiental/SMS/Alta Floresta/MT/2011.
As notificações de casos suspeitos de dengue também obtiveram reduções. Das 198 notificações de casos suspeitos de dengue (figura n.º 02), de janeiro a agosto, 24% foram coletadas amostras sanguíneas e encaminhadas ao MT Laboratório (Laboratório de Referência). Dessas 8,16% foram consideradas soro reagente (positivo para dengue).
Figura nº 02 – Dados das Notificações de casos suspeitos de Dengue de 2011 (semanas 01 a 36)
Fonte: SINAN/PMCD/Vigilância Ambiental/SMS/Alta Floresta/MT/2011.
Enquanto que as 78% foram analisadas clinicamente. Observou-se que 29% das pessoas atendidas pelos profissionais médicos tiveram diagnostico clinico positivo para dengue.
Figura nº 03 – Dados dos principais tipos de depósitos inspecionados de 2011 (semanas 01 a 36)
Fonte: SISFAD/PMCD/Vigilância Ambiental/SMS/Alta Floresta/MT/2011.
Contudo, percebe-se que há uma grande quantidade de depósitos com possibilidades reais de se tornarem criadouros do mosquito transmissor da dengue. Tais depósitos são classificados como D2 (lixo plástico, latas, pet, etc.) representam 69% de todos os depósitos inspecionados pelos Agentes de Combate as Endemias.
Figura nº 04 – Dados dos principais tipos de Imóveis inspecionados de 2011 (semanas 01 a 36)
Fonte: SISFAD/PMCD/Vigilância Ambiental/SMS/Alta Floresta/MT/2011.
Como já foi relatado em outros momentos que os principais focos do A. aegypti encontram-se em ambientes habitados ou com presença de pessoas (residências, comércios, igrejas, associações, escolas, unidades de saúde), compreendendo 94,7% dos focos (figura nº 05). Porém se olharmos somente as residências teremos 83,16% dos focos (figura nº 04).
Figura nº 05 – Dados Comparativos de Imóveis Habitados e Terrenos Baldios inspecionados de 2011, com focos (semanas 01 a 36)
Fonte: SISFAD/PMCD/Vigilância Ambiental/SMS/Alta Floresta/MT/2011.
A parceria com o Ministério Público continua. Os moradores que contribuem para proliferação de doenças serão notificados e aqueles que já assinaram o Termo de Ajustamento de Conduta com a 1ª Promotoria de Justiça Cível da Comarca de Alta Floresta e rescindirem responderão processo criminal.
Ressalta-se que naqueles imóveis de difícil acesso ou que o proprietário não permita a inspeção do Agente de Combate as Endemias procederá ao “ingresso forçado” nos referidos imóveis. No entanto reza a Carta Magna em seu artigo 5º, XI, que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial (1).”
A resolutividade dos problemas de saúde pública perpassa pelos “mecanismos de persuasão (informação, fomento) quanto os meios materiais (executando serviços públicos) e as tradicionais medidas de polícia administrativa (condicionando e limitando a liberdade individual) na implementação de uma política pública que vise à proteção da saúde de suas populações (2).” Aqui se aplica ao caso da dengue que atinge inúmeras “cidades brasileiras na forma epidêmica clássica, com perspectiva de ocorrências hemorrágicas de elevada letalidade (3).”
Para resolver essa problemática é preciso que cada um de nós tome atitudes de transformação, ou seja, que coloque em prática os conhecimentos adquiridos sobre a dengue e o controle do vetor. Essa prática relaciona-se com a adequação das lixeiras para que os animais errantes não tenham acesso às sacolas ou sacos de lixo, esparramando-os pela rua e quintais dos vizinhos. Outros procedimentos se aplicam a limpeza e vedação de calhas, tampas adequadas dos reservatórios de água, dos poços e das fossas, além dos cuidados com os pratinhos das plantas, dos cochos dos cães e outros animais. Ainda não jogar lixos nos terrenos baldios ou áreas verdes. Promover a limpeza de todo quintal protegendo ralos de escoamento d’água.
Convém ressaltar que no dia 20 agosto de 2011, às 09h00, no SECITEC, houve a reunião de criação e formação do Comitê Interinstitucional de Mobilização, Prevenção e Controle da Dengue no Município de Alta Floresta, MT, que tem por finalidade coordenar a implementação, em nível municipal, das ações de educação para saúde e mobilização social voltados ao controle da doença – dengue. Será agendada uma próxima reunião no intuito de organizar as Comissões Técnicas e de Mobilização.
A Secretaria Municipal de Educação está a realizar a 5ª Gincana Ecológica (agosto a setembro) e a Vigilância Ambiental como parceira na coleta de pneus inservíveis junto as Unidades Escolares. Coletou-se cerca 1.500 unidades de pneus.
De janeiro a agosto de 2011, foram retirados de Alta Floresta e encaminhados para reciclagem cerca de 20 toneladas de pneus inservíveis, além de 21,5 toneladas de lixo denominado “lixo da dengue”.
Há previsão de participarmos como parceiros do Lions na 2ª Gincana Ecológica que se realizará a partir de outubro próximo.
Acredita-se que juntos fortificaremos as ações no controle da dengue diminuindo a contaminação da população e o grau de letalidade da doença.

José Aparecido de Souza
Coordenador do Programa Municipal de
Combate a Dengue e Vigiágua



Referencia Bibliográfica:
(1) Programa Nacional de Controle da Dengue Amparo Legal à Execução das Ações de Campo – imóveis fechados, abandonados ou com acesso não permitido pelo morador, p.17. http://pt.scribd.com/doc/52992392/Programa-Nacional-Controle-Dengue, último acesso em 15 de setembro de 2011.
(2) e (3) Idem. p. 14

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